segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Rosetta, 1999


Sou um apreciador da filmografia dos irmãos Dardenne, aliás, estou muito ansioso para ver o novo filme deles com a Marion Cotillard. Seus filmes são altamente densos, mesmo que o personagem esteja mergulhado em um silêncio provocante - as vezes, esse "mergulho" citado é literal. Além do mais, fica evidente a atenção deles para com a criança, ou melhor, o filho. Desde "A Criança" que se trata de pais jovens que não sabem como lidar com a responsabilidade de criar, chegando em "O Garoto da Bicicleta" que traz o outro lado da moeda, a criança já crescida e a ausência do pai. Não por acaso o pai em "A Criança" é o mesmo de "O Garoto da Bicicleta". Enfim, o trabalho dos Dardenne eu comparo ao Haneke, só que a violência está oculta, escondida atrás de uma imagem inocente. É o caso da bicicleta em "O Garoto da Bicicleta" e o trabalho em "Rosetta". No fim, essas crianças tem que lidar com demônios da ausência de carinho. Os diretores utilizam algumas técnicas para transparecer isso, como a utilização da câmera. Sempre acompanhando os personagens e suas ações e, mesmo que algumas vezes sejam agressivas, o espectador jamais os julga, pelo simples fato de sentir o peso do sentimento que eles tem.

Em "Rosetta", temos a linda atriz Émilie Dequenne fazendo a personagem-título. Rosetta quer a qualquer custo encontrar um emprego, ela vive em um trailer com a sua mãe, uma alcoólatra, o problema da garota não é nem encontrar o emprego e sim se manter nele. Não consegue se fixar em nada pois precisa cuidar da mãe, tem responsabilidades em casa. O que faz com que ela seja uma total perdida.



O emprego é um sonho distante, quase que um simbolismo para uma outra vida, mas que se revela extremamente insignificante quando chegamos ao final do filme. Pois percebemos que não há esperança para a personagem, pelo menos não naquele momento. O filme mostra uma dura realidade, há inúmeros casos assim, jovens o tempo todo sonham em fugir do seu destino quando, finalmente, se tocam que estão fadados a tomar frente de algo por causa da família. No caso do filme, é justamente isso que sufoca a personagem principal, saber que o sonho de ter uma vida própria não será realizado tão cedo.

A crueza da fotografia e a câmera que teima constantemente em acompanhar os passos da menina, são elementos importantes para compor um vazio muito grande que está presente. Podemos interpretar o filme de diversas maneiras, dentre elas a pobreza da Europa ou o mercado de trabalho mesmo, mas eu acredito que o grande problema ainda seja a família e como pode afetar a vida de uma pessoa. Ao longo a menina toma atitudes condenáveis, beira o descontrole, mas o julgamento de valor não existe em nenhum momento, ela só quer encontrar o seu lugar no mundo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Bem Longe

Bem Longe



Os segundos passam, portas se abrem;
A vida que se segue, continua a mesma.
O transcender escondido no meu coração,
Ignora minhas preces.
Refazendo-me um defeito bem concebido.
O mar levará o que sinto, para junto do seu desconhecido.
Uma imensidão de nuncas. Possibilidade escondida atrás de covardia.
Meus olhos desabafam aquilo que quero esconder,
Um mundo cheio de magia, maldição
Benção.
Espelho reflete uma outra realidade, doce amada Cecília.
Seus pés descalços buscam o seu sustento no teto. 
Há um lugar, bem longe, 
onde podemos ser exatamente aquilo que sonhamos. 
Onde a luz mais linda do mundo se encontra.
Onde todos recebem o sentimento que merecem, 
e não o que acham que merecem.
Discernir o que parece uma reação normal,
Se entregar, o tempo que der, como der.
A vida é indecifrável quando só - inquestionável quando junto.
Sua destreza de entender errado, 
Faz com que meu espelho não reflita nada,
Um vampiro. 
Dois.
Meu espelho quebrou. 
Minha realidade obliterada.
Eu, sem você, sepultado.

- Emerson Teixeira Lima

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sem Amanhã, 1939



Gosto muito de assistir filmes antigos, pois sou forçado a um exercício de contextualização muito grande, ainda mais com obras que abordam, de alguma maneira, um tema controverso, pois é uma forma interessante de analisar as diferenças, comparando-as com o nosso presente.
Essa ideia de contexto se faz presente em qualquer análise de algo histórico, arte ou não, e está vinculado não só com o comportamento, como objetos, figurino e até mesmo atitudes tomadas pelos personagens. 

"Sem Amanhã" ou "Sans lendemain" é um filme francês de 1939, dirigido pelo Max Ophüls que, até então, eu desconhecia, porém encontrei algumas de suas obras e estou preparado para maiores investigações. O filme conta a história de uma mulher que, após um casamento fracassado se vê desesperada a ponto de trabalhar em uma boate ou bordel, dançando nua para os clientes. Ela se expõe tanto para, principalmente, criar o seu jovem filho. Ela começa, então, a questionar sua vida, quando uma antiga paixão chega por acaso em Paris, de forma que ela se relembre da sua vida e imagem, não reconhecendo-a mais. É então que ela faz de tudo para sustentar uma antiga mentira a sua antiga paixão, ocultando a sua nova vida.

O citado exercício de contextualização se dá logo no início pois a nudez a qual me referi na sinopse são mulheres dançando com os seios a mostra. Algo que me soa bem mais inocente que vários vídeos no youtube que temos hoje de meninas dançando funk. Tá, fugindo um pouco do filme, mas nunca esquecendo-o completamente, é estranho de se pensar nessa transformação que tivemos do que pode ser considerado um trabalho sujo. A personagem principal se questiona do seu valor, imagina, se assistirmos esse filme com os olhos do século XXI, não faríamos nada além de dar muita risada. O casamento e a criação de um filho, sendo uma mãe solteira, também são dois pontos diferentes da nossa realidade atual.

Eu fico triste com esses filmes "perdidos", queria saber um pouco mais do seu impacto na época, é de se imaginar que foi grande na época, a década de trinta é marcada, também, pelo conservadorismo tanto no meio social quanto na arte, no cinema. Aqui temos uma mulher forte, destinada, que mente para não revelar suas atitudes, como se estivesse a margem da sociedade o que, evidentemente, é verdade. Muitos momentos do filme se referem a ela como uma boa pessoa, mesmo trabalhando no que trabalha. Salve alguns amigos dela, que a faz lembrar que, apesar de estar nesse meio, ela é uma pessoa diferente. Um exemplo disso seria quando ela fala sobre sua antiga paixão "ele não sabe o que eu faço." enquanto tem como resposta "Você vive e cria o seu filho", um comentário extremamente feliz que reflete nos tempos atuais, onde muitas mulheres são sujeitas a mais baixa função da sociedade para manter de pé a sua família, e não estou falando necessariamente da prostituição.

Não vejo esse como um filme polêmico ou algo do tipo, muito menos uma obra extremamente necessária, mas tem sim os seus pontos, no mínimo, interessantes. Lidando com um tema difícil, em uma época também muito complicada. Poderia sintetizar o filme na cena em que, após alugar uma mansão para sustentar a sua mentira, ela olha no espelho e fala "Dá para imaginar que estou aqui" e seu amigo retruca "essa é você, e a do bar é uma mentira". No fim ela é uma criação de uma péssima escolha do passado, uma mentira que, por mais que a doa, tem que continuar vivendo para criar a sua criação, ou seja, seu doce filho.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Big Love Story, 2012


Pessoalmente falando, entendo muito pouco de academia pois o máximo que fiz algo foi um dia, não me agrada muito o ambiente de "amo meus músculos e minha bunda", fora isso, o esporte me agrada bastante, mesmo que não tenha tido ânimo e/ou tempo para praticar algum em específico. Passei muito tempo jogando futebol, inclusive isso me acompanhou em um momento de transição física, quando criança era bem gordo e, aos poucos, fui emagrecendo. Isso faz com que sempre tenha em mente que não sou uma pessoa necessariamente magra, daquelas que pode comer de tudo e ficar parado porque não engorda de jeito nenhum ( inveja disso ). Eu sei que isso aqui não é um blog de moda onde conversamos sobre peso, aparência ou unhas, mas tudo isso faz, sim, parte daquilo que sempre escrevo, principalmente no que diz respeito ao amor próprio.

Uma das histórias da mitologia grega que sempre me fascinou é a de Narciso, o amor a própria imagem me parece, dentre todas as histórias, a mais irreal. É mais fácil desvendar o enigma da esfinge do que se amar. Eu mesmo amo demais as pessoas e, por vezes, me amo pouco. E isso é terrível, é complicado acreditar que uma pessoa consegue estar bem consigo mesmo 100% do tempo, parece que precisamos comer que nem um louco para, só depois, nos sentirmos mal com isso. 

Dentre todos os aspectos da aparência, desde espinha ao cabelo, o que mais mexe conosco é realmente o peso. Que coisa chata esse negócio de comer e engordar, nunca fui um obeso, mas posso imaginar a dificuldade que é. Carregar dois de você mesmo não deve ser fácil mas, mesmo assim, é mais fácil que ser alvo de preconceitos de outrém. 

A Big Love Story

Correndo na veia uma "alma" que só os filmes independentes tem, mas nunca o tornando por completo, "A Big Love Story" conta a história de um rapaz Sam, um obeso, que decide mudar de vida, emagrecendo, sendo assim entra em uma academia e tem como "treinadora" uma linda e enigmática mulher, por quem ele acaba se apaixonando. 

No meio do filme mais ou menos, temos uma analogia com a Bela e a Fera que, por sinal, é um dos meus contos preferidos, justamente por acreditar que é possível existir uma paixão entre pessoas tão opostas. Basta existir um espaço para mostrar quem é, o que honestamente, hoje em dia, essa é a parte mais complicada. Brincando com essa situação desde o título - "uma grande história de amor", horroroso por sinal - teremos uma dose daqueles filmes leves, carinhosos e divertidos como os da sessão da tarde, por exemplo. 

Uma outra coisa interessante é que Sam foi, no período de faculdade, um jogador de futebol, algo que está sempre vindo a tona, como se fosse um espírito mesmo. Aliás, ele largou essa vida pois sua motivação se fora, no caso sua mãe, ficando muito mais evidente essa questão pois, no seu quarto, na parede bem acima da sua cama tem escrito a frase "você é um vencedor" de modo que possa ser interpretado que aquele representa o seu único elo com o passado e, além, da sua mãe. Como se sua motivação estivesse apenas no passado e o seu peso fosse reflexo disso. Aliás, se estudarmos um pouco psicologia, veremos que o peso está inteiramente ligado com o psicológico, por isso uma pessoa com depressão que é gordinha tende a engordar e a magra tende a emagrecer, se fosse o contrário, seria ótimo essa doença, todo mundo iria querer ficar com depressão para começar a emagrecer. Enfim, nossa cabeça é a única culpada pelas transformações do nosso corpo. No filme temos um pouco dessa reflexão, mesmo que não seja o objetivo principal.

O objetivo é, mesmo, a "grande história de amor" e é justamente essa sua maior falha. Seria bom se assumisse de vez essa máscara independente e fizesse do personagem principal um isolado passeando por essas questões pessoais, lidando com o passado de uma forma mais clara, faltou o personagem se mostrar mais inteligente. Desde a conquista até algumas atitudes dele me soa muito imaturo, criando então um personagem bem irritante em alguns momentos. 

No mais, eu tentava buscar na minha mente mais algum filme que tratasse sobre a obesidade de forma explícita, sem ser documentários, e não lembrei de nenhum. Então vale pela coragem do tema, não chega a ser um "Rocky Balboa" da perda de peso, porém não é nada sério. Mas para quem está precisando de motivação para começar a se mexer pode ser uma boa opção.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

#11 - Assisti na Semana

A L'intérieur


Sarah, uma jovem fotógrafa, está sozinha na noite de Natal. Ela está assim desde que seu marido morreu num acidente de carro. Só e grávida, recebe apenas as visitas de sua mãe dominadora e de seu chefe egocêntrico. A noite de Natal é o último dia antes de ir para o hospital ter seu bebê. Mas o silêncio de sua casa é quebrado quando uma misteriosa mulher bate à sua porta. Sarah desconfia e não atende. Todavia, a mulher se recusa a ir embora. Quando as coisas começam a se complicar, Sarah fica temerosa e chama a polícia, enquanto a mulher a observa pela janela.

Desde que eu assisti "El Habitante Incierto" fiquei com um certo receio desses filmes que se passa em uma casa, onde possivelmente uma pessoa invade e/ou a segurança do lar está ameaçada. É incrível o poder que essa quebra de segurança tem no cinema, pois a casa seria, bem ou mal, o local onde temos domínio completo. Então a ideia de alguém dominar o teu domínio é louco, quando bem feito, esse filme é uma prova disso. Tem toda uma fragilidade por conta da gravidez, isso ainda acrescenta no desespero ao longo, mas posso dizer que a cena em que tudo começa, quando a mulher bizarra bate na porta pedindo socorro por causa de um acidente é extremamente eficaz, mostra realmente isso que disse, a vulnerabilidade do lar.

São pequenos detalhes que diferem esses filmes um dos outros, geralmente sabemos que tem um louco maníaco psicopata querendo matar todo mundo por algum motivo - ou nem tem um motivo. Aqui em "A Invasora", por exemplo, o fato de ser natal e a personagem estar sozinha nessa data, traz um clima diferente, ao meu ver, tudo fica ainda mais dark. Sem contar que por se passar apenas na casa, tudo fica ainda mais claustrofóbico, poucos personagens, enfim, a tensão sobe ao nível máximo.

Nota: 4/5

Sacro Gra, 2013


Dirigindo um pequeno minifurgão, Gianfranco Rosi parte em uma viagem para descobrir os limites da auto-estrada Grande Cordão Circular, que circunda Roma. Durante o percurso, ele descobre um novo mundo.

Estava louco para assistir esse documentário, pelo fato de ter ganhado em Veneza, superando ótimos filmes como "Miss Violence". Então sabe quando você já vai ver um filme com expectativa alta? Então, aconteceu comigo!
Quando vi que esse documentário tinha como proposta algo que adoro, ai fiquei mais feliz ainda. Conhecemos os personagens através de uma estrada de Roma, que dá nome ao Doc. não será desenvolvido nenhuma história com eles, apenas momentos mesmo. Então temos diálogos sobre enguia com um velhinho pescador, fofoca sobre vizinho, enfim, a ideia é dar voz a essas pessoas. Até ai beleza, mas a ideia é a única coisa interessante, pois a realização peca em não se aprofundar em nada. Ao término do filme, não dá para sentir a real intenção do negócio, extremamente monótono inclusive. O que é um pecado. É difícil julgar um documentário como esse pois mostra o real, momentos, então vai muito de cada pessoa. Mas infelizmente foi uma injustiça o que fizeram nessa premiação, o primeiro documentário a receber o prêmio não poderia ser pior. No final do filme, após três tentativas fracassada para chegar ao seu final, pensei comigo mesmo: "Tá vendo sr. Emerson? Não é só o Oscar que comete injustiças!"

Nota: 2/5

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Luz Escura: A Arte dos Fotógrafos Cegos, 2009


A arte irá além da visão. Se a beleza está no olho do espectador, o que acontece com um fotógrafo que não pode ver? Enquanto o conceito de um fotógrafo cego parece pouco realista, uma oportunidade para demonstrar sua criatividade presenteou três artistas cegos: Peter Eckert, Henry Butler e Bruce Hall. O tema deste documentário está focado na fotografia e cegueira por várias razões, incluindo o feito de criar uma imagem de uma pessoa cega para ser apreciada por aqueles que podem ver.

A fotografia é alvo do meu interesse, principalmente depois que eu conheci cinema a fundo e me apaixonei pelo registro audiovisual. Me pego pensando muito sobre o quão nossa vida é frágil, sem sentido, desde que tenhamos algo que nos motive a continuar lutando, dia após dia. Há muitos tipos de motivação, mas é importante não confundir motivação com obrigação. Quando comecei meu interesse frenético pelo audiovisual, fui alvo de muito preconceito e desconfiança, visto que perdia muito tempo com isso, só conseguia falar sobre isso, ou seja, era muita entrega para algo "sem futuro". Eu realmente fiz do cinema a minha maior obsessão a ponto de ser amigo daqueles que eu assistia, passar horas lendo tudo que podia sobre, enfim, era uma loucura, sem contar que assistia uns 2 filmes por dia.

Tudo estava se caminhando para a arte, expressão, eu precisava urgentemente encontrar algo que eu pudesse usar como um espelho de mim mesmo, sempre estive esperando por isso, só não sabia que seria da maneira que foi. Cinema foi, por muito tempo, o que me manteve vivo, portanto, quando digo que a arte é o meio mais palpável que o homem tem para se imortalizar, falo pensando muito em mim. Não sou absolutamente nada, além de uma história para contar, e como poderia fazer isso? O cinema e a fotografia, além da música, são os canalizadores para o meu maior medo: Ser esquecido. Não que eu queira o mundo inteiro me olhando, pelo contrário, eu amo demais tudo isso ao ponto de ficar observando tanto que até esqueço que também sou um protagonista. 


Enfim, hoje me sinto maduro em relação a essas questões e, buscando entender cada vez mais de fotografia, encontrei esse documentário, que fala sobre as fotos que jamais serão vistas por aqueles que as criaram. Apenas sentidas. Eu sou um fanático pelo sentir, mas eu tenho a opção do olhar, algo que não é possível para eles. 

Já começamos então com uma frase muito interessante, que me fez pensar bastante até chegar a um ponto de não saber se concordo ou não: "Fotógrafos não operam com os olhos, e sim com a mente". Eu trocaria a mente por coração, descartando o racional, claro, para algo relacionado com a relatividade que cerca uma simples foto. Se eu, por acaso, encontrar uma foto de uma senhora sentada em uma varanda e essa foto estiver borrada, queimada, ou seja lá como, beleza, para mim é só uma foto velha. Mas se o dono dela me disser que é da sua vó, que não gostava de tirar fotos e aquela é a única que a família tem dela, isso torna aquilo altamente especial. Portanto, uma foto boa só diz respeito a quem a tirou/olhou/sentiu.



Uma foto é uma invenção acerca de uma visão. É um meio eficaz de brincar de Deus. Imortalizando um momento, outrora especial, agora esquecido. O esquecimento vem muito rápido, o ser humano não é um super humano, temos falhas, e uma delas é não se lembrar de tudo. A captação disso é algo como uma viagem no tempo, aliás, viagens no tempo existem. Na sua história recente, a fotografia serviu até para a morte, com as "post mortem", que não deixa de ser interessante, apesar de assustador. É possível criar mundos e possibilidades diferentes, que vão muito além da visão. O documentário peca por ser muito pequeno, mas ainda assim deixa a reflexão no ar, sobre o fazer arte visual de alguém que não vê, para aqueles que veem. Algo como Beethoven e sua perda de audição, citado no documentário. 

É lindo a comparação da perda da visão com o diafragma. A fotografia existe por causa de algo natural, a luz que nos invade diariamente é a mesma que nos imortaliza. "Porque eu tiro fotos? Para substituir a minha visão. Estou aprendendo a ver novamente."
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