quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Frank, 2014


Esse filme é tão insano como o trailer e a sinopse sugere. Baseando-se em uma história, até onde eu sei, verdadeira, de um humorista e cantor, mas não faz desse caso - novamente, até onde eu sei - uma necessidade. Afirmo isso me baseando na minha própria experiência assistindo, visto que senti a obra extremamente completa, mesmo que soe muito incompleto.

O desenvolvimento de alguns personagens falha um pouco, mas ao meu ver só dois devem ser analisados com atenção: Frank e Jon. Não tirando a importância dos demais, pelo contrário, acredito que todos sejam uma extensão de Frank.

Fica claro ao final do filme, perdoem-me por revelar, que Frank tem problemas psicológicos. Tá, beleza. Um ponto interessante do filme pois talvez esse seja o real motivo da banda - cujo nome é impronunciável - ser de extrema entrega a sua arte, mesmo que confusa. Isso se deve a falta de comprometimento de todos com o crescimento da própria, o que se desconstrói com a chegada de Jon que, no início, parece ser simplesmente o menino tímido que louvara aquela nova situação mas que, aos poucos, vai tomando o papel de vilão para si. 

Jon é envolto de uma inocência, o espectador entende isso pois, desde o começo, ele se apresenta como um viciado em compartilhar sua vida na internet, que virá a ser a ferramenta usada para a divulgação dos "bastidores" da tão orgânica banda. O problema é que, como já citado, o perfeccionismo existente em Frank é tão grande quanto sua cabeça. Ele funciona de uma maneira diferente, é um veículo para a aceitação perante o mundo/palco. Aliás, o seu palco é o ensaio, pois é perceptível que a ideia de um show se apresenta como extremamente distante do seu querer.

Jon é o meio termo entre a loucura-insana-provocante-genial de Frank e a lucidez de um mundo ávido por música, o problema é que, hoje, há uma banalização da mesma, onde obras fantásticas e viscerais dão vez a lixos em forma de áudio. Até onde a sociedade aceita, aliado com o sucesso, que o musico produza aquilo que quer?

Outro questionamento, qual é a separação entre loucura e genialidade? Pois me parece não haver muitas senão a entrega. Fatores físicos ou emocionais não alteram o dom de desabafo, seja qual for o veículo que será utilizado para entregar a mensagem. No caso de Frank, este ser poderoso com o cabeção e extremamente perdido sem, ele exprime suas emoções conflituosas em melodias bizarras, aliando-se a outras mentes perturbadas que, esses sim, representam em forma humana as necessidades de Frank. E ele ama todos eles.

"Entregue-se à sua insanidade"

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