sábado, 30 de agosto de 2014

#08 - Assisti na Semana

A Culpa é das Estrelas, 2014


Diagnosticada com câncer, Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, a jovem é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio e logo conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que vai mudar completamente a sua vida.

Fui assistir em uma sessão lotada de meninas - inicialmente até me assustei. Parecia que os créditos iniciais já as emocionavam, claro que imaginei que eram todas fãs do livro, o qual eu não li e não quero ler, principalmente após ver o filme. Não por achá-lo ruim, mas por acreditar ser suficientemente bom. A experiência do compartilhamento com essas pré-adolescentes me fez muito bem. Seria injusto analisar o filme em base ao meu olhar acostumado com esses filmes de doença. Isso se deve ao que temos como produto, hoje, para nossas jovens. Meninas suicidas, depressão, dependentes do amor etc. Aqui temos uma personagem que vive por viver até que, por acaso, encontra um rapaz, esse rapaz não é vampiro ou tem sua imagem exaltada, ele, pasmem, nem tem a perna. Mas é, como eu disse acima, suficiente bom para a menina. A trata como todas essas meninas que estavam assistindo merecem ser tratadas: Com carinho. É bom perceber que a emoção que brota não é simplesmente vinculada a imagem dos protagonistas, está direcionado aos seus atos. Tratar bem se torna, então, viver um infinito dentro de um minuto. Aliás, são ensinamentos importantes para essa idade, pois o jovem vive com pressa para aproveitar tudo, mas "a vida é longa demais" e o mais importante de tudo é saber quem te faz bem. Não um príncipe ou vampiro, um cara imperfeito, cheio de dúvidas, que usa o humor para esquecer os seus próprios medos. Enfim, um jovem.

Nota: 3/5

Peur(s) du noir, 2007


Seis animadores contam seis histórias de terror infantil. A seleção inclui os cartunistas Charles Burns, Blutch, Lorenzo Mattotti e Richard McGuire. O projeto realizado pela produtora francesa Prima Linea Productions, reúne nove nomes mundialmente reconhecidos por seu trabalho nos quadrinhos e na animação para uma criação bastante incomum: um desenho animado de terror. Medo[s] do escuro, em tradução literal, soma o talento de criadores gráficos de variados estilos, para colocar na tela seus maiores medos em relação ao escuro - um medo que, não importa em que situação, toda e qualquer pessoa já sentiu ao menos uma vez.

Fica claro, após terminar o filme, que não se trata de um terror para crianças, como estranhamente exposto na sinopse. Mas é possível sim enxergar um clima que beira a inocência do medo. Aliás, o medo do escuro é uma mescla de inocência. Então faz todo o sentido. O terror é o gênero que melhor pode ser explorado, ao meu ver. Se pegarmos a história do grande cinema americano, veremos que as grandes influências sempre foram os que pendiam para o terror e suas diversas sub-categorias, como o próprio trash. Algumas vezes existe terror no drama. O terror de perder, enfim, o terror do surrealismo. Eu me sinto apavorado com um filme do David Lynch, por exemplo. Então podemos observar que existe uma mistura de sentimentos quando falamos de terror, é literalmente uma viagem, algumas vezes estranha outras nem tanto. O que importa é que somos confrontados com o limite da imaginação. Por isso, essa série de curtas é interessante a ponto de levar a reflexão sobre o estranho. Afinal, todas as simples histórias apresentadas são bizarras e sem muita explicação, cabendo ao visual a capacidade de decifrar. O preto e o branco, como falam esses opostos. As cores mais enigmáticas que existe e, aqui, perfeitamente usada para compor uma falta de linearidade. Enfim, adorei. Obs: Assisti com minha irmã ( de 9 anos ) e ela também gostou bastante. Apesar de ter achado muito difícil.

Picnic, 1996


Acreditando que o mundo ia acabar naquele mesmo dia, três pacientes mentais: Coco, Tsumuji e Satoru, saem em uma grande cruzada. Andando sob os muros da cidade, eles procuram o melhor ponto para assistirem ao evento final.

Shunji Iwai é um diretor, no mínimo, intrigante. Há alguns anos assisti, por acaso, um filme dele chamado "Vampire" que mexeu tanto comigo a ponto de coloca-lo dentre os meus favoritos. A realidade do sangue, da sede, aliado a fotografia crua, oras perversa, me causou algum impacto, confesso. Depois fui ver "April Story", que é curtinho, história bem simples mas apaixonante. Ontem me peguei assistindo meu terceiro do diretor, "Picnic" fala sobre o fim. Não o fim do mundo, o fim no sentido limite. O olhar sobre a questão a ser tratada é confundida diversas vezes, claro, afinal, os enxergamos com os olhos dos protagonistas, que por sua vez não são nada normais, aliás, quem é mais normal? Eles ou o padre que entregou a bíblia? Só sei que a cena final é linda, na simplicidade ( recorrente na filmografia do diretor ) ele nos faz pensar que o fim é só nosso. E que a loucura é vida e vida é loucura. Resta-nos admirar o mundo em cima dos nossos muros, afinal, é só isso que sabemos fazer.

Nota: 3/5

Il Giorno In Più, 2011


Giacomo Bonetti tentou evitar a vida inteira qualquer compromisso afetivo e sentimental. Mas as coisas mudam quando encontra uma garota no trem. A encontra todas as manhãs quando vai trabalhar no ônibus que atravessa a cidade. Quando finalmente consegue falar e passar uma noite com ela, descobre que se chama Michela e é o seu último dia na Itália; está indo à Nova York onde recebeu uma proposta de trabalho em uma importante editora. Giacomo recebe uma proposta na América do Sul e ele aceita, mas durante sua transferência, faz escala em uma cidade não muito longe de Nova York e ele aproveita para procurar Michela.

Com um começo meio bobinho, dando a entender ser um filme de comédia bem clichê, que retrata a vida desajeitada de um solteirão, que só quer saber de usar as mulheres, sem vinculo com ninguém, enfim, é aquilo. Ele conhece uma mulher em um trem e faz da pobre moça o seu alvo. Eu diria que até o meio do filme o personagem principal é insuportável, é difícil acreditar que tantas mulheres - principalmente a tal moça do trem, super inteligente e linda - se interessariam por ele, de tão chato que ele se mostra. Faz besteiras, magoa as pessoas, credo! Mas ao longo ele vai mudando, principalmente quando se depara com o novo sentimento, até então novo para ele, aliás, o relacionamento dos dois é legal, gostoso de ver, talvez eu estava aberto para um romance italiano, ou simplesmente é meigo mesmo. Não deixa de ser uma boa opção para um dia de chuva, sem estar fazendo nada. Enfim. O que atrapalha bastante é a duração.

Nota: 2/5

The Toll Of The Sea, 1922


A jovem Flor de Lótus vê um homem inconsciente flutuando na água perto da praia e o socorre. O homem é Allen Carver, um americano visitando a China. Os dois se apaixonam e Carver promete levar a jovem chinesa com ele. Após ser desencorajado por amigos, Carver volta sozinho para os EUA, causando tristeza em Flor de Lótus. Alguns anos depois, os dois se reencontram e a reapromixação será difícil para ambos. “ The Toll Of The Sea” é considerado o primeiro filme colorido feito em Hollywood e o segundo realizado em Technicolor.

Esse é um filme de 1922, mudo, mais conhecido por ser um dos primeiros filmes em cores feitos na história do cinema. É uma experiencia bem diferente ver um longa de uma hora onde a proposta principal é uma mulher a espera do "marido" que claramente nunca o fora. Explorando uma contextualização muito grande, visto que sem ela a obra poderia se tornar cansativo para os nossos olhos ( 2014 ). Mas essa sensação de descobrir artes esquecidas é muito prazeroso. The Toll Of The Sea é tão esquecido que recuperaram tempos mais tarde e tiveram que restaurar as cenas finais, então não deixa de ser emocionante assistir. Vale mais pelas sensações que passa do que a história, já que mesmo para época é bem mais ou menos.

Nota: 3/5


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