segunda-feira, 30 de junho de 2014

O Que é o Amor?


Antes de começar, seria interessante destacar que tenho estado muito distante da vontade de escrever, como vinha fazendo e faço há mais de um ano no blog. Não estou mal, triste ou algo do tipo, talvez seja exatamente o contrário. Eu necessito da melancolia para escrever, espero que vocês entendam isso; Mesmo que nem mesmo entenda.

O fato é que sempre recorrerei a esse humilde lar virtual para escrever sobre algo que me incomoda - de uma forma ou de outra - e eu fico muito feliz que algumas queridas pessoas me acompanham nessa jornada solitária mas, ao mesmo tempo, compartilhada. Assim como tudo na vida, afinal, estamos juntos de quem está longe e longe de quem está perto. 

Para quem não sabe, eu sou um fanático por "Lost". Sim! A série "Lost", olha que coisa. Vamos excluir qualquer questionamento bobo-nerd-star wars-científico que exista e focar na filosofia existente na série. É justamente ela que vou usar hoje. Na verdade, podemos substituir filosofia por "homem", homem perdido, ou seja, todos nós. Eu já falei diversas vezes que me sentir perdido foi por muito tempo minha sensação irmã, não sabia o que fazer da minha vida, o que ia ser de mim, eu sei que é totalmente natural, mas diversas coisas aconteciam em prol a isso, fazendo com que ficasse muito sufocado em um mar de demônios criados por mim mesmo. 

Acredito que a vida se desenvolve em ciclos, que podemos determiná-los como qualquer coisa, o fato é que de ciclo em ciclo nós mudamos, seja em base ao que ouvimos, assistimos, sentimos, vivemos... seja só ou por causa de alguém. Por isso relacionamentos muitas vezes não dão certo, por que a outra pessoa não aceitou essa nova etapa, essa nova oportunidade. Sendo assim, muitas reflexões ou situações podem ser constantemente modificadas. Por isso o perdão é essencial, pois todos merecemos uma segunda chance. "Lost" se trata disso, e digo mais, "Lost" é religioso. Eu sou ateu, mas como uma querida amiga disse uma vez "você é o ateu mais religioso que eu conheço". Fiquei muito feliz com essa definição, pois pude perceber que essa resposta "sou ateu" é muito mais uma sinopse do que eu acredito ( para simplificar para aqueles que acham que conhecem o inexplicável ) do que a realidade. Eu não acredito no mesmo deus que muitos, isso não quer dizer que não acredito em nada. Eu acredito no amor. E o amor só pode ser um deus, caso contrário a vida não teria a mínima graça. 

Esse sentimento puro está em tudo, nos seus pais ( tanto dos que te colocaram no mundo como aqueles que te dão carinho ) , na sua família, mesmo que chata as vezes, nos amigos, na respiração. Existe amor quando não se tem família, amigos ou respiração. Existe amor na falta de amor. Existe amor nas ruas e nas canções. 

O que temos muito é jovens falando sobre sentimento, o quanto sofrem e tudo mais. Mas convenhamos que o amor não faz sofrer, isso é paixão. Eu vejo o amor como um sentimento maior do que namoro ou até mesmo casamento. Existe uma expressão russa chamada "Razbliuto" que quer dizer aquele sentimento de afeição, ao mesmo tempo carinhoso e dolorido, que sentimos por uma pessoa quando deixamos de amá-la. Para mim, isso é amor. Está mais ligado ao carinho que o desejo. E, na boa, podemos amar qualquer um em qualquer situação, essa atitude ultrapassa as barreiras das necessidades terrestres como o dinheiro, por exemplo. Por que ele nasce e, mesmo que morra, Razbliuto, ainda existirá algo dentro dos nossos corações. 

Eu amo o indivíduo e odeio a massa. As pessoas quando estão só são lindas, respeitáveis e tentadoras, mas quando se unem em um sistema não passam de cordeiros. E é isso que odeio. Odeio o fato de ter que estar perto ou próximo apenas por estarmos no mesmo ambiente, poxa, a vida não acaba ali. As pessoas se esquecem, como conseguem fazer isso tão fácil? 

Fui assistir "A Culpa é das Estrelas" esses dias, honestamente, eu não estava muito bem, entrei no cinema, sala lotada de meninas, inicialmente até fiquei meio sem graça. Mas começou o filme e fiquei bobo com admiração que as menininhas tem por ver em tela um menino que trata bem uma mulher. Que porra é essa? Pode isso Arnaldo? Não consigo entender o porquê de tanta admiração se isso existe na vida real, claro, não como nos filmes, mas o respeito existe. Agora, o que mais vejo é a auto diminuição de valor. Se você se coloca como produto será tratada como produto, é óbvio. Se nós tivéssemos a maturidade de entender que o amor/sentimento é muito mais do que algo decifrável, entenderíamos tudo. Aliás, esqueci de escrever acima que amor é, dentre tantas coisas, verdade. Só isso basta. Verdade. 

A verdade de reconhecer que vivemos para nos transformar e, através disso, aprender que não somos sinceros o suficiente. Falar sem medo, sem ensaios. Criar e ser criado. É tão fácil quanto dois mais dois são cinco. Só sei que temos muito pouco tempo para realizar tudo, conhecer tudo para ficarmos cobertos por máscaras do dia a dia. 

Posso ser o cara mais infantil que existe por sonhar com isso, ver as coisas dessa forma, mas posso afirmar com alegria que, hoje, dentro dessa subversividade, posso fazer a diferença na vida de alguém. E você ai? Sim, que está lendo isso. Já amou hoje?

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Fada



Um tanto herói, oras vilão
Muito apaixonado e cristão
Odioso olhar, cheio de arrependimento
Verdades falsas, mentiras verdadeiras
Fazendo desse mundo apenas um.

A nossa janela nos apresenta
Cores e possibilidades
Um outro lado, de um mundo igual
O tempo Têmpera a pressa

Ali está a fada, da qual tanto falei
Repousando seus pés cansados
Suas asas ficaram pequenas
De tanto esperar segurança
Um abraço mudaria tudo,
A angústia e os pés cansados.

E, no entanto, ela apareceu
Com os olhos tristes, esperando solução.
Pobre bailarina, ainda está em busca,
Do amor que se perdeu.

Um sussurro,
Assustou-me!
Minha doce esperança.

Ei, você me conhece?


Percorrendo o todo, ou imaginando um dia o fazer.
Vendo todos, apaixonado por alguns.
Romantizando desde sempre o meu vazio.
Existindo e sendo dividido
Na esperança de não ser esquecido.
Pobre menino iludido, 
Querendo ser quem não é, 
Um protagonista de um filme independente,
Feito com o coração e verdade.
Verdade da rua, 
Dos artistas de rua.
Da estrada.

Drogado da respiração,
Viver faz de mim um louco,
O rei deles. Afinal, posso pensar.
Sentindo cinema e sendo por ele sentido.
Amigo dos amigos distantes. 
Namorado dos olhos azuis e cabelos coloridos. 
Amante do esquecimento e envelhecimento,
Ao contrário, claro.

Sou amante do contrário. 
Subversividade.
Extintor de incêndio e petróleo.
Coração e sapos.
Estamos todos, aqui e lá
Um dia,
Dois.

Sou confiante,
Um tanto mentiroso também.
Sou o que aparento, 
A não ser, claro, quando interpreto.
Várias etapas de mim. 
Várias opiniões sobre nós.
Sou nós.

O "por acaso" está morto.
Tudo existe por um motivo. 
Em breve todos encontraremos as nossas escotilhas
Uma só para todos, pois, repito, todos somos um.

Sou cara inventado.
Adaptado pela arte, 
Planejado pelo sentimento.
Perdido constantemente,
Sendo encontrado eventualmente.
Sou exatamente o que seus olhos veem,
Mas não faço deles a minha necessidade.


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