sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Perfect Blue


Mima, uma estrela pop integrante do grupo CHAM, decide trocar a carreira musical para se dedicar a atuação. Logo, consegue uma oportunidade em uma série de tv. Mas ao longo do tempo, ela adentra ao mundo da exposição tanto física como psicológica, resta-lhe então, lembranças dos seus dias inocentes.

A idéia inicial de Satoshi Kon ( diretor de Perfect Blue ) era realizar o filme em Live-Action, mas em 1995 sua verba foi cortada devido a um terremoto que destruiu o estúdio de gravação. Um desastre acabou ajudando a realização de um dos melhores filmes de animação já feita na história do cinema.
 Logo na primeira cena, vemos uma apresentação do grupo CHAM, é notado o sucesso considerável que as três adoráveis meninas estão fazendo. Esta cena inicial nos mostra algo crucial, Uchida, um fã incontestável do grupo, estende suas mãos dando-nos a impressão de uma certa manipulação de Mima, algo que ao desenrolar, comprovamos o tamanho da sua obsessão pela estrela e sua imagem.
Mima, ao se tornar uma atriz, se depara com um mundo de crueldade e ganância, algo que não esta preparada para lidar. A única pessoa que a ajuda é sua assistente Rumi que se torna seu único escape de realidade e cautela. Por muitas vezes, Rumi insiste na preservação de Mima, mais ela, está invadindo cada vez mais o mundo da exposição de imagem e doação na sua recente carreira de atriz. Chegando ao ponto de fazer ensaios fotográficos nua e se submeter a uma cena de estupro. Tudo isso misturado com belíssimas trilhas sonoras e relances do atual sucesso de seu antigo grupo musical, ou seja, o exibicionismo contra a inocência.
A introdução da vida e cabeça da personagem principal é, sem dúvida, o ponto forte do filme. É extremamente cuidadoso com os pensamentos, diálogos e pequenos nuances da personagem, que resulta em uma identificação ainda maior. Algo semelhante com os filmes do gênio Alfred Hitchcock que foi, com certeza, uma fonte de inspiração para a realização dessa obra-prima cinematográfica.
Somos levados ao limite quando Mima percebe o que está acontecendo e se da conta que existem pessoas querendo se apossar da sua vida. Caímos em uma rede de  conflitos internos junto com a personagem e chegamos ao ponto de não saber mais o que é a realidade.

“Mima – E se eu morri atropelada por aquele caminhão e tudo isso é um sonho?”

Temos um desfecho brilhante e inimaginável, onde a tensão aumenta a cada instante junto com a trilha sonora. Uma das maiores sequências da história do cinema.

Termino essa análise com uma frase de Mima:

- Eu sou real!


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