sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Cinema nacional: Meu País



Eu me decepciono cada vez mais com o cinema brasileiro, custo acreditar que em um país que possuí ótimos atores e diretores fique preso em comédias ridículas e dramas espirituais que deveriam ir direto para a tv. Há suas exceções, como tudo na vida e no cinema, mas são bem poucas, e pior, para um filme se destacar no nosso cinema tem que seguir uma fórmula que seria basicamente, pobreza, tráfico, policia, Rio de Janeiro etc.
“Os filmes são o espelho da realidade do nosso país”; Essa é uma desculpa que ouço muito quando falo da mesmice do cinema nacional, o que me da mais desanimo ainda. O cinema sempre mostrou e sempre mostrará a realidade, mas isso não quer dizer que teremos que assistir um mesmo produto com camadas diferentes, posso criar uma lista de filmes Europeus, Americanos ou Asiáticos que falam sobre um problema social sem ser explícito, usando técnicas narrativas, fotografia, atuações, enfim, às vezes eu acho que o cinema nacional julga a sociedade como sendo ignorante – e na maioria das vezes é – mas nem ao menos percebe que o nível intelectual é desenvolvido com o tempo e, talvez, usando o nosso cinema de uma forma mais ousada iria despertar o senso crítico. A pergunta certa é: Será que eles querem isso? Talvez seja melhor sermos dependentes de novelas do que um conteúdo que nos traga conhecimento.

Para terminar, gostaria de escrever – antes de ser julgado – que eu não culpo os nossos cineastas, atores etc
Sei que existem estudantes de cinema que sonham em trazer essa qualidade para nossos filmes e muitas vezes acabam, aqueles que tem melhores oportunidades, recorrendo ao cinema Norte-americano. No fim, minha crítica é quanto ao sistema que envolve a produção de filmes hoje em dia, novelas fúteis já existem na televisão, não precisamos disso no nosso cinema.


Meu País

“Meu País”, filme do diretor Andre Ristum, me despertou o interesse desde quando soube da sua existência, inicialmente pelos atores. Gosto muito do trio Rodrigo Santoro, Cauã Reymond e Débora Falabella e dada à sinopse é de se esperar boas atuações.
Depois que Armando ( Paulo José faz uma rápida participação ) sofre um derrame, seu filho, que estava na Itália a um bom tempo, retorna ao Brasil e reencontra com seu irmão Tiago, um típico playboy, só se interessa por mulheres e festas. Mas o ponto-chave do filme é meia-irmã Manuela, vitima de uma doença mental e que será a base para a ligação dos irmãos.
 Agora escreverei um pouco sobre esse filme que, ao contrário do que parece, me deixou muito orgulhoso.
O filme não é uma obra de arte, digo logo, o que me impressionou nele é a ousadia de seguir um padrão completamente diferente do que estamos acostumados. A começar pela fotografia, que muda conforme a história vai se desenvolvendo – principalmente entre Itália e Brasil – um conteúdo visual distante do que estamos acostumados – aquela coisa colorida, que remete a carnaval, alegria e praia do Rio de Janeiro…
Temos então uma carga dramática que começa pela fotografia e é eficientemente sustentada pelas atuações de Rodrigo Santoro e Débora Falabella, dois atores que são um orgulho para nós, brasileiros, e que aqui comprovam isso com Santoro e seu sutil desespero e Falabella com sua, um pouco exagerada, mas, cativante personagem, principalmente quando é usada para ligar os três irmãos.
Quanto ao novato diretor André Ristum, é muito competente, se continuar nessa linha de direção é uma promessa, sem dúvida.
Enquanto assistia a “Meu País” percebi as inúmeras influências do cinema Europeu e me surpreendi quando, pesquisando sobre, descobri que o diretor foi por bastante tempo assistente de direção em filmes do Rob Cohen e até mesmo Bernardo Bertolucci, surpreendente, tomara que essas influências acrescentem ainda mais em seus próximos filmes.


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