quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Don Jon ( 2013 )

 

O nosso silêncio fala muito. O mais engraçado de se pensar é que há uma diferença gritante entre o silêncio da mulher e do homem. A mulher espera, mesmo que não perceba, um príncipe encantado, por isso julga - em silêncio - as pequenas atitudes e, essas pequenas atitudes, podem tira-lo da ilusão da perfeição. Então, o príncipe se torna um sapo.

O silêncio do homem é, na maioria dos casos, relacionado ao visual. Uma mulher bonita enche nossos olhos de alegria e serve como inspiração por um tempo. Inspiração, eu digo, no sentido de comparação. Mas, após a perda inevitável, diante desse pensamento inicial, passamos a dar valor à um sorriso.

O que quero dizer é: Tanto o homem quanto a mulher começam procurando coisas muito diferentes. Por essa e outra razão, quase sempre um relacionamento só dá certo quando duas pessoas se encontram no meio das suas vidas. O que não necessariamente está relacionado a idade.


Don Jon é um filme especial. Em um mundo onde a "pornografia é para homens e comédias românticas são para mulheres" eis que surge um filme - dirigido por um cara que já nos presenteou com um outro ótimo filme de comédia romântica - desse gênero e que, ainda por cima, fala sobre o pornô.

O que é pornô?

Pornô é, hoje, pequenos vídeos espalhados pela internet, onde temos pessoas de diferentes culturas e físicos brincando de fazer sexo das mais inimagináveis formas possíveis. Outros seres humanos assistem esses vídeos. E, tem aqueles, principalmente jovens, que acreditam que o sexo é rápido, frio e individual. Assim como os tais vídeos citados.

Ou seja, há mais do que nunca homens olhando para o próprio pinto do que para o corpo da parceira. É estranho. É duvidoso. Mas real. 

Quantos de vocês conhecem pequenos aprendizes de homens que vão a academia para ficar bombado? Aqueles que pensam unicamente em tomar uma dose mágica de ilusão para ficarem com o corpo perfeito. E, depois, se não bastasse, expõe sua mais perfeita obra na net para inspirar novos aspirantes a homens.

Esses, hoje, são conhecidos como príncipes. Amanhã serão bexigas muxas. E qual foi o grande culpado disso? Acho que uma das maiores é a sociedade.


A Sociedade

A sociedade te cobra nascer. Te cobra estudo. Te cobra trabalho. Te cobra beleza. Te cobra namoro. Te cobra casamento. Te cobra filho. Te cobra netos. Te cobra a inutilidade. Te cobra a morte. Te cobra o esquecimento. 

Focarei, nesse texto, em três cobranças: Beleza, namoro e casamento.

Voltando ao filme...

Nesse ponto do texto você já percebeu que a tradução "Como não Perder Essa Mulher" é um dos mais ridículos possíveis. "Don Jon" não é uma comédia romântica. É um pornô. Ops, não, é uma comédia romântica mesmo, mas muito diferente.

Ele começa falando sobre a sua admiração por pornografia, sua facilidade em conquistar as mulheres, sua vida tranquila e seus pequenos prazeres - como limpar a casa, o que mais para frente desencadeará uma cena muito boa - e, misturados com cortes rápidos, somos obrigados a ver o seu dia a dia, com muita masturbação, mulher e balada. De primeira temos uma identificação muito grande com o personagem. Pelo simples fato de sermos homens. E homem assistem vídeos com frequência, se masturbam muito e pensam em mulher por boa parte do dia. 


A mulher assistindo "Don Jon"

Eu sou um admirador da mulher. Adoro diretores que dedicam todo seu trabalho para explorar o universo feminino, como a sua coragem, maturidade e amor. Dentre eles, cito dois mestres: Almodóvar e Woody Allen. Adoro um filme de mulherzinha. Inclusive tenho "Diário de uma Paixão" que já chorei inúmeras vezes assistindo. Sim, sou uma mulher. Assim como sou um homem também. Mas meu lado masculino pede licença as queridas mulheres que leem meu texto, pois raramente teremos novamente um filme tão mulher só para nós. 

Damas, com todo o respeito. Até a próxima. 

Voltando ao filme... parte 2

É então que, na balada, acontece um milagre. A Scarlett Johansson aparece. Envolta de um brilho evidente. O protagonista, inicialmente, quer levá-la para a cama. Mas acaba percebendo que ela é difícil e terá que haver algo mais entre os dois. Mas ela é mimada. Tira a possibilidade dele ser ele. E isso ninguém aguenta. 

Para aumentar ainda mais os problemas, ela descobre os vídeos pornôs e encara isso como uma traição. Usando como justificativa frases como "você é igual a todos", "isso é nojento". A menina, aprendiz de mulher, queria um príncipe, e percebeu que ele não existia, pelo menos não ali.


Entra em cena minha querida Julianne Moore, tenho que dizer que eu não sabia que ela estava no filme e fiquei muito feliz em ver ela, fiquei gritando de felicidade na minha mente, ela faz a mulher madura, que está cheia de perdas e quer justamente um homem que seja individual. Individual no sexo mas principalmente no gostar. 

Ela o ajuda, pois é isso que fazemos. Ajudamos as pessoas a se encontrarem, seja qual for o motivo de estar perdido. O sexo é mais uma justificativa que o ser humano tem para se sentir superior. O sexo virou uma medalha. O sexo se tornou uma cobrança da sociedade. O sexo virou só sexo.

Filmes pornôs transformam mulheres em maquinas de prazer. E homens em possuidores de um pau intimidador. Eu adoro assistir vídeos pornôs. Mas não os tenho como uma meta. Assim como cuido da minha saúde, mas não vejo o meu corpo como a única coisa que faria alguém gostar de mim. 


Enfim, há mais coisas do que o sexo. Tem uma coisa esquecida chamada amor. Não é clichê. Quer dizer, é clichê, mas a ideia central desse texto é falar sobre uma comédia romântica, então ser clichê é uma obrigação, mesmo que o próprio filme não o seja.

"Don Jon" começa com o homem e termina com o homem. E é interessante perceber a diferença entre os dois pontos. Diferença da visão dele sobre a mulher e sobre ele mesmo, enfim, nosso herói encontra o seu meio. 

Joseph Gordon Levitt e todo o seu carisma, meus parabéns. 

- Escrito por Emerson Teixeira Lima

Um aprendiz de ser humano que, no momento em que escrevia esse humilde texto, abria o X Vídeos. Emerson vive e usa o cinema como fonte de inspiração para o próximo dia. Faz do audiovisual o teu protetor para o medo recorrente de apenas existir. Emerson acha a Scarlett Johansson extremamente gostosa, assim como a Asa Akira. E acredita fielmente que sexo filmado também é arte.

sábado, 30 de novembro de 2013

Slugs, Muerte Viscosa ( 1988 )


Lesma morde?

Já assisti muitos filmes ruins. Todo mundo sabe a diferença entre filme ruim e trash não é? Trash, eu diria, é o ruim inexplicável. Aquele que você joga a toalha e fala: "Puta que pariu, explodiu meu cérebro com tanta porcaria. Mas tá divertido, vamos lá"

Sendo assim já assisti, também, muitos filmes trashs, principalmente aqueles toscos que passavam na tv. Seja na Band ou no SBT com bichos assassinos. Formiga, abelha, jacaré, baleia, elefante. sapo, borboleta... tudo assassino. O mundo animal tava complicado nos anos 70 e 80. Mas, eis que existe uma pérola que, pasmem, conta a terrível história de LESMAS do mal. 

Dirigido pelo "mestre" Juan Piquer Simón de outros filmes ruins como "Mansão Macabra" e "O Mistério da Ilha dos Monstros", Muerte Viscosa conta a história de uma pequena cidade que está sendo aterrorizada ( ui ) com vários casos de mortes, sendo que os corpos das vítimas são encontrados totalmente descarnados. Após altas confusões, descobrem que as responsáveis pelas mortes são lesmas mutantes. 

Para começar, antes que vocês imaginem outra coisa, as lesmas não são gigantes. É tamanho natural e, além do mais, não correm, nem voam. É isso mesmo. Uma lesma, pequenina, rastejante e lerda causa pavor nos moradores da cidade. E, claro, nós ( sofredores ) espectadores ficamos extremamente tensos com as ótimas cenas de terror, que choca muito, pelo fator chave da identificação. Afinal, quem nunca deixou uma lesma, sem querer, na salada? Quem nunca colocou uma luva e, do nada, não conseguia tirar mais porque tinha uma lesma mordendo o seu dedo? Enfim, coisas do cotidiano.


Palmas para coragem de quem pensou nessa história. E pela coragem de quem levou isso adiante. Realmente não é fácil. Eu imaginei armas de sal, ou algo assim. Pena que não rolou. No fundo, eu torcia para as lesmas, coitadas. A grande verdade é que o filme não fala sobre lesma, ele fala sobre burrice. Todas as mortes foram causadas pelos próprios seres humanos. Por exemplo, a mulher, ao cortar a salada. Será mesmo que ela não viu a lesma? Não é possível. Para mim, o pobre bichinho foi sacrificado para a morte do marido. Por que só ele passa mal!? O filme deixa essa questão aberta. 

Hááá! Pera que vou cortar meu braço. Tô aguentando mais. Ui.

Limpe bem o alface. Sua cidade agradece. 

E, claro, nunca confie na salada da sua mulher.

Enfim, depois de assistir esse filme, você conhecerá um pouco mais sobre lesmas, burrice e incredulidade. É uma viagem filosófica através de uma impossibilidade idiota e extremamente divertida. Tenham medo! O_O

Obs: Se a minha mãe assistisse esse filme, ela teria sérios problemas de saúde depois. Visto que ela tem uma fobia muito grande de bichos rastejantes e nojentos. Beijo mãe. Lembrei da senhora com esse filme. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Mil e uma filosofias




Eu sempre achei que filosofia de vida fosse o mesmo que ideologia, acreditava que ter uma filosofia para viver já era uma ideia adotada que nós criamos para atender nossas necessidades e frustrações intelectuais, fui atrás de saber disso e pesquisando descobri que estava completamente enganado. Realmente filosofia de vida é uma realidade que adotamos para viver, ideologia vem a ser um ideal, conjunto de ideias de um grupo, uma visão social e até política. Ela pode ser comunista, fascista, republicana, democrática e por aí vai. Mas não vou discutir sobre isso no momento.


Desse conjunto me veio a conclusão que apesar de vivermos uma ideologia, cada um tem sua própria filosofia, com certeza já ouvimos conselhos de como devemos levar nossas vidas e o que é melhor para nós, conforme vamos envelhecendo vamos recebendo esses conselhos e percebemos que nem todos são compatíveis com nossa realidade. Enquanto a idade vem a maturidade vem junto, às vezes mais cedo para alguns e às vezes mais tarde para outros. Algumas pessoas que sofreram tendem a adquirir mais cedo essa maturidade e a superar mais rápidos alguns obstáculos, mas também tendem a ser um pouco arrogantes e precipitadas em suas atitudes por acharem que já possuem conhecimento vasto da vida e com isso todas as suas atitudes são justificadas, sem ao menos analisar as consequências delas. Enquanto vamos amadurecendo, chegamos em um ponto em que acreditamos que não há mais nada que possamos aprender da vida até que o inexorável destino chega e dá um tapa de realidade na nossa cara. Tem coisas que aprendemos inconscientemente, mas também tem as vezes que tomamos a plena  consciência que acabamos de aprender algo, eu, por exemplo, aprendi a pouco tempo que não vale a pena discutir e perder seu tempo ao brigar se pelo o que está brigando vale realmente alguma coisa no final mesmo que você “ganhe”. Essa filosofia é válida para mim, não quer dizer que seja boa para você, precisa avaliar bem muita coisa antes de tomar filosofias para si além de criar as suas.

Toda essa discussão sobre maturidade é para chegar ao ponto de dizer que com ela que aprendemos a criar nossa própria filosofia de vida, aquilo que nos abrange, que nos é compatível, aquilo que é verdadeiro para nós, com base no que o outros dizem, com base no que você aprende da vida, preencher sua filosofia com coisas novas e com pedaços de mil e uma outras filosofias, mas é claro, essa filosofia de vida pode não ser útil para você por que somente você sabe a melhor filosofia para viver.

Texto de Sandro Macena



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Encarando um filme monótono


É difícil explicar porque gosto de filmes alternativos, underground, etc, os nomes são variados para esses tipos de filmes que não são vistos no grande circuito, esses filmes  mostram um sentimento diferente, mais puro, até mais realista que os blockbusters,uma vez um amigo disse que filme alternativo tem sempre partes monótonas, depois que ele disse isso comecei a reparar, realmente muitos filmes tem partes monótonas mais longas que os que filmes blockbusters, mas acredito que isso tenha uma motivo. Filmes alternativos, vou passar a chamar assim esse filmes, tem a sensibilidade representa a vida como ela tende a ser, e não como ela é, e a vida não é em todo momento um parque de diversões, vivemos momentos monótonos, como esse agora que estou escrevendo esse texto, não entenda algo monótono como chato, entenda como aquele momento que você vaga em seus próprios pensamentos, a maior dificuldade de apresentar um filme alternativo quem não tem costume de assistir é fazer essas pessoas abrirem suas mentes, é identificar a beleza e as sutilezas desses filmes, encarar o sentimentalismo, racionalizar o ambiente, compreender a psicose que o autor precisar passar na tela, a comédia sutil, o drama vivo e o detalhe abandonado.



Em filme alternativo não existe final feliz, as pessoas não são simpáticas, é uma linha reta, não tem tensão, não tem clímax, tem aquilo que você vê e precisa acompanhar, aleatoriedade é uma constante comum, não se usa fórmula de sucesso para fazer sucesso, o sucesso vem de boca a boca, fóruns com pessoas que tem vontade de encontrar raridades, tem ambição em conhecer novas culturas, ver o que aquela cultura tem a mostrar, todos sabemos que condenamos a outra cultura com base na nossa, com filmes do Afeganistão vi como tinha pouco conhecimento sobre essa belíssima cultura, julgava, condenava, mas de fato fui apresentado a coisas que desaprovo, mas também fui apanhado pela normalidade da vida que os atores dão ao personagem. Outro ponto importante nesses e estar disposto a entender que existem pessoas diferentes no mundo, nós temos a chance de encarar isso com naturalidade, infelizmente outros não.


Fico muito feliz em ter me liberto da garras da ignorância, do desconhecimento, a habilidade encarar o novo sem restrições, entender diferenças, pensamentos diferentes, isso me fez conhecer pessoas inimagináveis, inteligentes e sonhadoras. Não agradeço isso aos filmes alternativos, mas com certeza teve bastante influência.

Texto escrito por Sandro Macena


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

somoS



Sou uma criança que sonha com o amanhã, sem me esquecer do que fui ontem.
Gritos sobre minha vida passada é ignorado.
O que me chama atenção é, de fato, o apocalipse. Pessoas correm, nuas, sorrindo. Seus cabelos se transformaram em macarrão. A alma virou uma borboleta.
Eu, na minha inocência, imaginava que poderia ser adulto, mas percebi que meu propósito é ser jovem. Jovem que aprende com bebês.
Pandora me pediu uma maçã. Concordei com esse pedido estranho, mas fui expulso do vazio.
Dei a mão para a curiosidade e prometi que cuidaria do seu irmão, o ego.
Brinquei com os dados, aqueles que mostram o meu destino. Fiquei com muito medo e sai correndo para trás.

O senhor me falou:

- Corra!

Eu respondi:

- Sangue!

Sou uma criança e sonho com o passado, esquecendo de quem fui amanhã.
E, assim, a maçã voltou para a árvore. Pandora voltou a dormir. E a caixa se fechou.

miF.

amiL ariexieT nosremE

Registrando o vento




O que eu desejo mesmo é comprar uma câmera e sair fotografando o mundo. Direcionar as lentes para as pessoas e apertar o zoom, ficando próximo delas, mesmo estando longe. 
Registrar o vento. E ficar emocionado por isso. 
Registrar o medo como um gato preto atravessando para o seu - outro - mundo. 
Encontrar duas pessoas e ir a praia. Depois, quem sabe, podemos dançar. 
Encontrar o Jules e o Jim e correr pela ponte. Me libertando da minha própria época. 
Claro que, com o tempo, todo Benjamin encontra sua Dayse. E seus olhos azuis jamais esquecerá. Construindo então - ou imaginando - sua família. Aquela que o faz, finalmente, saber onde colocar o seu amor.
Um buraco, uma curiosidade, um coelho. 
Pena que o real é ficção e eu aprendi com a Disney que todo conto de fada acaba meia-noite. 

Emerson Teixeira

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

#04 - Assisti na Semana

A Hora do Acerto ( 2004 )



Para a gangue dos 5 tudo é um videogame: matar policiais, armar emboscadas e criar requintes de crueldade. Quem se torna vítima de suas armadilhas é o inspetor de polícia Wing (Jackie Chan) e todo o seu time de policiais que são brutalmente assassinados. Após a matança, um jovem novato cheio de energia é designado para ajudá-lo. Mas, a Gangue dos 5 volta a agir iniciando uma aventura cheia de ação e vingança.

Eu sou um grande admirador do trabalho do Jackie Chan. A história de vida dele me encanta e, percebemos, que tudo o que ele passou afeta diretamente a sua postura quanto artista. Ele se entrega. Ele faz rir. Isso já basta para o considerarmos um dos maiores atores de ação de todos os tempos.

Seguindo as características das lutas dele - usando brilhantemente o cenário em favor da coreografia - em "A Hora do Acerto", dirigido pelo seu parceiro de longa data Benny Chan, temos uma diferença crucial: Jackie Chan deixa o humor e se entrega à um drama denso.

Mortes acontecem, há o problema com bebidas, vício e obsessão. O próprio grupo de psicopatas é muito interessante. Agem pelo prazer de chamar atenção, visto que são ricos e precisam urgentemente ter o mundo em mãos, fazer dele o seu jogo. 

Cheio de reviravoltas, revelações impactantes e cenas de tirar o fôlego, esse filme me deu uma alegria enorme por sempre ter amado esse ator fenomenal e, ainda hoje, ver o seu crescimento como ator e, principalmente, como ser humano.

Nota 5/5

Cry Woman ( 2002 )


Desesperada para sustentar a família e ganhar dinheiro suficiente para tirar o marido da prisão, uma mulher torna-se uma carpideira profissional com um estilo incomum.

Dirigido e roteirizado pelo Bingjian Liu, esse filme chinês é poético. Poético pois mostra o drama de uma mulher e, através da sua jornada, vamos viajando pela cultura que, sem dúvida, é muito diferente da nossa. A "mulher que chora" em funerais é alvo de um estranhamento muito grande, e esse detalhe - não por acaso - vai ser extraído até a última cena, quando esta chora, finalmente, de verdade, em um funeral. Por conta da perda de alguém próximo. 

O problema do filme, ao meu ver, é o ritmo. Ele segue aquela vida e, lá pelos 40 minutos, se torna muito cansativo. Não tiraria o brilhantismo do filme se caso houvesse uma proposta bem definida. O problema é que ele se desenvolve aos poucos, revelando a sua intenção sem pressa. E isso me deixou com um pouco de sono. 

Compreendo - e acredito que deva ser - uma opção exclusiva do diretor. O que me faz chegar a conclusão que essa é uma opinião individual mas, mesmo assim, ainda vou levar alguns momentos comigo. Principalmente a cena final, citada acima.

Nota 2/5

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O sorriso que não está ali


Muitas pessoas tem a necessidade de sorrir para que, assim, possam se sentir agradáveis. Sorrir no sentido "mostrar" pois, em um mundo de falsidades, até mesmo o sorriso se tornou irreal. 
Essa capacidade complexa que, por sinal, só os humanos possuem é, hoje em dia, estruturado pela ideia do se dar bem com o meio. Veja, por exemplo, que muitos são dependentes de drogas para rir. 

Esse pensamento inicial me traz a pergunta que pretendo refletir nesse texto - mas jamais encontrar sua resposta - que seria: A sociedade nos impõe a felicidade?
Temos hoje, mais do que nunca, que fingir estar tudo bem. Um exemplo seria o clássico:

- "Tudo bem com você?"
- "Sim. Tudo ótimo, e você?"

Essa situação ocorre todos os dias. Seja com a família, colegas ou amigos, sempre terá que mentir sobre o que sente. Todos sabemos, mas nunca dizemos isso, que se respondermos "não, não estou bem e vou te contar o porquê" a outra pessoa conseguirá prestar atenção por uns 2 minutos e arrumará uma desculpa para sair de perto. E não é anormal, ou insensível da parte dela, ela está correta. Não somos obrigados a ouvir um "desconhecido" falar dos seus problemas, cada um já tem o seu para resolver! Certo?


E quando, por algum motivo, o não estar bem levanta preconceitos para com o meio? Por que as pessoas não conseguem entender que todos temos nossos dias ruins? E, mais ainda, por que temos que fingir ser algo que não somos? Quem inventou essa regra?

Minha única especialidade é pensar sobre coisas que não chegam a lugar nenhum. Isso não me faz um idiota, nem um inútil. As pessoas precisam pensar em algo que não tem resposta, pelo simples fato de que nos esquecemos de tentar entender o motivo das coisas. Pensar nos leva ao sorrir por dentro ou, também conhecido, como: Meu cérebro está sorrindo.

Sorrir por dentro, essa expressão bem simplista, não significa não se mostrar. Significa saber o porquê está sorrindo, e, mais do que isso, sorrir pelo simples fato de querer fazer aquilo, não para se adaptar. 


É basicamente a mesma coisa que acontece com a palavra. Ontem, dia 22 de outubro de 2013, fui questionado por uma aluna sobre o porquê eu disse que era tímido sendo que, para ela, eu não parecia nem um pouco. É então que, de imediato, lembrei daquela frase, acredito que seja do Shakespeare - peço perdão se não for - que diz o seguinte:

"O sábio fala porque tem o que dizer. O tolo porque tem que dizer alguma coisa."

Em poucas palavras, até porque a realidade é que ela não estava esperando uma resposta séria, eu interpretei essa frase e disse:

- Alguns falam porque precisam se mostrar alegres, abertos e sem vergonha, esses são os tolos, precisam dizer alguma coisa para se sentir igual. Existe também aqueles que escutam e, se sentirem que podem completar alguma coisa, falam. Esses são os ditos sábios, falam porque tem o que dizer.


Acredito que cheguei onde pretendia desde o início. Na irrealidade que temos, hoje, em sorrir. Respeito não se fala, se mostra com o silêncio. A vida não nos obriga a gritar sobre quem somos ou o que pensamos, isso quem faz é as pessoas. A vida nos exige a atitude. Quer mudar? Mude. Quer fazer? Faça. Quer correr? Então corra o mais rápido que puder. Mas nunca deixe de olhar para os lados e, se precisarem te contar algo, aceite aquilo, ajude dentro do que você sabe e, se acha que não sabe nada, pare e pense sobre o nada. Pensar sobre coisas que não chegam à lugar nenhum, pode não ter uma conclusão, mas o caminho até você perceber isso vai te enriquecer muito e é justamente isso que seus "irmãos" precisam. 

Ame sorrir, mas nunca o faça pelo nada. Dê valor aos seus detalhes e se sinta no dever de passar adiante. É exatamente isso que queria fazer nesse humilde texto e, para aqueles que ainda acreditam que estou falando sobre, literalmente, o sorriso, procure urgentemente um dentista.

Emerson Teixeira Lima



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Arrugas ( 2012 )


 

Arrugas, ou "Rugas", é uma animação espanhola dirigido pelo Ignacio Ferreras que, em 2002, fez um curta metragem encantador, de 3 minutos, chamado "How to Cope with Death", onde temos uma vovó combatendo - literalmente - a morte. A senhora está dormindo, então a "caveira" chega atrás dela e, de repente, ela começa a dar chutes e socos e, por fim, vence mais essa luta. Fica claro que outras lutas virão assim como ficou claro, para mim, a capacidade/necessidade do Ignacio em falar sobre a velhice.


Em 2012 ele volta e diz aquilo que ficou subtendido em 2002, realiza uma animação poética. Não diria que é um filme para adultos. É um filme maduro para pessoas maduras. Pessoas que sabem que a vida acabará um dia. Que, mais cedo ou mais tarde, também estaremos no "altar de cima" e, nem sempre, chamaremos esse lugar de paraíso.

"Arrugas", baseado nos quadrinhos homônimos de Paco Roca, é um longa 2D que viaja através das rugas de Emilio. Um velhinho que acaba de chegar no asilo e, descobrimos ao longo, que este está nas fases iniciais de Alzheimer. Ele faz amizade com Miguel, um senhor simpático e inteligente que já se acostumou com a vida naquela prisão - como o mesmo brinca logo nas cenas iniciais.


Miguel ajuda Emilio na adaptação, mostra os lugares e, principalmente, apresenta para ele outros vovôs e vovós. Mas, o que mais chama atenção, é a sutil reflexão que o longa tráz sobre a morte. E a morte, da qual me refiro, não é o último suspiro. É a morte do esquecimento. Do existir sem se lembrar, do existir e, aos poucos, se apagar.

Emilio está na fase inicial de Alzheimer e luta para não chegar ao "andar de cima", onde todos os velhinhos já chagaram ao estágio "final". Andar de cima é o lugar onde você não tem controle sobre o corpo e, muito menos, sobre sua própria vida. Agora, o mais interessante, como é viver sabendo que seu dia chegará?



Um dos filmes mais fortes que eu já assisti. A dor que eu senti - e não quer dizer que não gostei do filme - é maior do que em "Amour", do Haneke. Eu tenho 18 anos e a velhice é algo que, estranhamente, não passa pela minha cabeça. Penso sobre a morte e já é difícil acreditar que isso é real. Mas, por algum motivo, não tinha pensado em morrer existindo, digo, não me enxergava nessa situação. Então a oportunidade que o filme me deu é me colocar nessa situação. A realidade - óbvia, muitas vezes - chegou até mim de uma forma muito forte. 

Ao contrário do que muitos podem pensar, a animação não é triste. Isso se deve aos fatos engraçados, a leveza dos traços etc. O diretor é extremamente feliz em fazer do filme um asilo. Um ambiente triste, confuso mas, ao mesmo tempo, rico. 


A chegada do Emilio é de se lembrar eternamente. Ele está inseguro com a novidade de se estar em um lugar desconhecido e, então, essa sensação o faz lembrar - e vemos esse flashback - dos tempos de escola, da primeira aula. Ou seja, esse personagem passou a vida inteira no controle, instruindo os novatos no trabalho... O que faz com que o tempo de escola - infância - e o asilo - velhice - se conectem.

Seria impossível destacar todas as cenas marcantes para mim. O potencial do filme está justamente nos detalhes. Os personagens secundários do asilo, por exemplo, são lindos. Cada um tem uma história que completa a ideia geral do longa. Há, citando alguns exemplo, uma senhora que guarda todos os lanchinhos que ela recebe. E, antes disso, sabemos - por meio de fofocas - que ela tem 50 netos mais só um vai visitá-la. Ele a visita então no natal e descobrimos que ela guarda os docinhos para ele. O garoto, por sua vez, é jovem e está ali obrigado. Tratando-a então com falta de educação mas a vovó continua feliz da vida - talvez por se sentir útil e ainda capaz de "comprar" docinhos para seus netos. Uma cena que me marcou muito, mostra em alguns minutos o que certos filmes não conseguem em 3 horas.


Temos, ainda, um casal. O vovô está no tal "estágio final" mas ele não sobe para o andar de cima pois sua mulher, uma vovó que tem saúde, cuida dele o tempo todo. Só que problemas acontecem e os dois tem que subir, pois o estado dele piorou. No mesmo momento vemos a imagem deles sumindo e vamos conhecer a história dos dois. Eles se conheceram quando crianças, a menina brincava com outras garotas quando é abordada por um garotinho.

- Namore comigo?- Ele disse
- Só se você me trazer uma nuvem! - A garotinha afirma. Sabendo que é impossível enquanto as outras garotinhas dão risada ao fundo.

É quando o garoto, inocentemente, começa a pensar em como fazer aquilo. Vai correndo chamar ela, a leva para o sino da igreja e ambos conseguem ficar no "meio das nuvens".




E é isso. Histórias todos temos. Velhos todos ficaremos. E no andar de cima, todos ficaremos. O que fica é histórias. Feitos e possibilidades. Nade na piscina da vida e sinta o que o outro tem a dizer. Compartilhe seus medos e cuide do seu amor. Não tenha medo. Viva e compartilhe, se torne imortal.

Emerson Teixeira Lima


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

#03- Assisti na Semana



A jovem e decidida Mayumi entra para o Convento de St. Clores a fim de elucidar todo o mistério por trás da morte de sua mãe, uma antiga freira do local. Atividades nada condizentes com as normas da igreja tem lugar no convento e a garota logo se verá em apuros neste antro de perdição.

Esse é um dos clássicos do Nunsploitation. "Do inglês, “nun” é freira. Já “sploitation”, é oriundo do termo “exploitation”, que significa exploração, apelação...". Assim como o nazisploitation, com filmes como "Ilsa, She Wolf Of The SS" e "SS EXPERIMENT CAMP", esse subgênero ficou mais conhecido na década de 70.

Blasfêmia, tosquice e, claro, peitões!!!! Esse filme tem de tudo, padre estuprador, freiras lésbicas, vingança. Enfim, depois de assistir esse filme, passei a imaginar as coisas sagradas que rolam no convento. Eu só achei o começo do filme um pouco derrubado, mas depois quando começa as revelações, torturas e sangue falso fica muito bom!

Nota 3/5


Não Adormeça ( 1982 )

O filme tem foco em uma família suburbana americana com três filhos: um garotinho, Kevin, e duas garotas: Jennifer e Mary. A primeira, mais velha, morre em um acidente de carro. Uma tragédia que faz com que a família se mude para outro lugar. Todavia o fantasma da garotinha retorna e aparece para sua irmã Mary. Ela diz estar muito triste e irritada, já que seus pais, sua avó e seu irmão não se lembram mais dela e que apenas Mary ainda a ama. E pra demonstrar esse amor, Jennifer pede um favor para Mary para que só assim possam ficar juntas pra sempre.

Indicação da querida Angélica Hellish, do Cinemasmorra. Eu assisti de madrugada e o sono foi embora rapidamente. De quebra lembrei que já tinha visto cenas, quando criança, na TV e, claro, depois fiquei com muito medo.

"Don't Go To Sleep" fez muito sucesso na televisão e a maldita Jennifer já botou medo em muita gente. A história é muito bacana, tem todo um mistério a ser revelado e, enquanto isso, Mary vai ficando meio possuída, matando gente. Ou seja, típico filme dos anos 80, com crianças estranhas que botam medo - dublagem trash - e final com muitos gritos e dá-lhe "mamãezinha", "mamãezinha"...

Nota 3/5


O Sistema ( 2013 )

A funcionária de uma empresa de inteligência tem como tarefa se infiltrar em um misterioso grupo anarquista, conhecido por atacar grandes corporações. No entanto, sua lealdade é testada quando ela começa a apresentar sentimentos pelo líder do grupo.

Anotem esses dois nomes: Zal Batmanglij e Brit Marling. Anotado? Continuando... Depois do ótimo "Sound of my Voice", um Thriller espetacular que leva ao limite o tema sobre a manipulação, a dupla Zal Batmanglij e Brit Marling nos apresenta, nesse ano, "O Sistema". O filme é, basicamente, uma extensão da ideia do primeiro citado, tem infiltração e manipulação, mas ainda consegue, brilhantemente, se diferenciar e abordar o mesmo assunto sobre uma nova posição.

Tenso, extremamente tenso. Eu diria que chega a ser provocante. Alguns momentos ali é libertador, pois a ideia do grupo se torna, ao longo, tentador. E é justamente essa a questão. A visão que temos sobre o que acontece é a mesma que a personagem principal está tendo sobre aquela nova vida, que fora imposta. 
Além dos já citados, destaco também a atuação do Alexander Skarsgård que, em 2013, além desse, participou de outro filmaço "Pelos Olhos de Meisie".

Nota 5/5

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O Solar Maldito ( House of Usher ) - 1960


Philip Winthrop viaja até a Casa dos Usher, uma desolada mansão circundada por um pântano, para se encontrar com a noiva Madeline Usher que conhecera em Boston. Madeline é irmã de Roderick que se opõe ao relacionamento dos dois, alegando que a família é possuidora de uma maldição sanguínea que leva todos os membros à loucura. Philip não se conforma e quer que Madeline vá embora com ele mas o amor dos dois está condenado.

Esse é um dos melhores filmes da dupla enigmática Roger Corman e Vicent Price. Os dois, juntos, fizeram várias adaptações dos livros do Edgar Allan Poe e, ao meu ver, todos são excelentes. Destaque especial para o "A Mansão do Terror".

Roger Corman é um Deus - ou seria diabo? - de muitos outros diretores famosos hoje em dia. Além do mais, ele lançou vários atores e diretores ao estrelato, dentre eles: Robert de Niro, Jack Nicholson,  Francis Ford Coppola, Jonathan Demme etc.

Produziu mais de 400 filmes ao longo da carreira, utilizando várias vezes o mesmo elenco, cenário, enfim, ele era um grande mão de vaca que sabia exatamente o que fazia com o seu dinheiro. 


O filme, baseado em um livro do Edgar Allan Poe, começa com o jovem Philip - interpretado pelo Mark Damon, no auge da sua beleza - chegando até a mansão dos Usher. Começamos então com o primeiro ponto positivo do longa: o cenário. A teatralidade, aliada com os detalhes da mansão, como objetos, por exemplo, reforçam o clima fúnebre que permeia o lar daquela família sinistra.

Philip é atendido pelo mordomo, cujo personagem não existe na obra literária, e este conta que Madeline está muito frágil - inclusive essa palavra vai se repetir ao longo - e o manda embora. Mas o rapaz, depois de insistir, acaba entrando. A mansão é típica de filmes de terror, enquanto o Philip caminha pela casa a trilha sonora vai subindo e cria-se, então, um clima tenso, o que é muito bom, pois essa eficiência continua até o final do filme. Nenhum momento se torna cansativo ou enrolado, tudo é muito bem distribuído nos 76 minutos do longa.


Na primeira aparição do Roderick Usher ( Vicent Price ), ele já deixa claro a sua fragilidade e da sua irmã também. Então o filme inteiro vai investigar essa questão do "que raios se passa com essa tal família condenada?". Levando-nos ao limite quando o mesmo Roderick, que possui a vida da irmã na palma da mão, solta a frase "Somos a praga do diabo".

O Solar Maldito é grande filme de terror/suspense, daqueles de dar orgulho. Muito bem realizado, atuações convincentes, prende a atenção até o final. Enfim, merece ser descoberto. Traz a obsessão do irmão para com a irmã ao limite, possibilitando-nos inúmeras interpretações sobre o que, de fato, acontecia naquela casa macabra.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

#02- Assisti na Semana


Man of Tai Chi ( 2013 )

Um jovem praticante de artes marciais deixa de lado sua vida pacata vida em Pequim para disputar o campeonato Wulin Wang. O que ele não esperava era ter que lidar com o submundo da cidade para proteger o legado de seu local de nascimento, Ling Kong Tai Chi. Adoro cinema

Já digo logo que é um colírios aos olhos daqueles que, assim como eu, amam filmes de artes marciais. Cenas de lutas maravilhosamente coreografadas, não é a toa que Keanu Reeves - fazendo aqui seu primeiro trabalho como diretor - contou com a ajuda do coreógrafo mestre Woo-ping Yuen. 
Terminei de assistir esse filme e fiquei feliz da vida, filmaço, nem a luta final com o Keanu todo enferrujado desviou minha atenção.

Nota 4/5


É o Fim ( 2013 )

Durante uma festa na casa de James Franco, Seth Rogen, Jay Baruchel, Emma Watson e outras celebridades deparam-se com o apocalipse. Na trama, seis amigos estão presos em uma casa em Los Angeles, enquanto catástrofes acabam com o mundo do lado de fora. Eles precisam descobrir porque foram deixados para trás e como vão enfrentar o apocalipse. É assim que eles vão descobrir o verdadeiro significado da amizade e redenção. Filmow

"This Is The End" é uma delícia, filme de amigos para amigos. Eu ousaria dizer que poucas vezes no cinema, o fim do mundo foi tão bem explorado. Fazer humor com um tema que assusta muitos não é fácil. E aqui eles jogam na cara mesmo, o bonzinho vai para o paraíso e o resto sofre com o diabo na terra. Enfim, uma surpresa agradável, filme engraçado, inteligente e em nenhum momento é forçado.

Nota 3/5


A Parede ( 2012 )

Uma mulher faz um passeio com um casal até uma cabana de caça nas montanhas. Pela noite, os amigos ainda vão visitar o bar situado numa aldeia do vale, mas a mulher fica em casa com o cão. Na manhã seguinte, o casal ainda não chegou à casa e a mulher põe-se a caminho da aldeia, se deparando com algo inimaginável. Existe uma parede invisível que a separa do resto do mundo e atrás da qual parece não existir vida. Agora a mulher é obrigada a sobreviver na floresta, sozinha com um cão, um gato e uma vaca. Escreve os seus pensamentos, preocupações e necessidades num caderno, que talvez ninguém voltará a ler. Filmow

Depois de Amour, a Áustria deve entrar na briga novamente no próximo Oscar com esse "A Parede". O filme é belíssimo, baseado em um livro da escritora Austríaca Marlen Haushofer que, por sinal, fiquei morrendo de vontade de ler - mesmo sabendo que, por enquanto, é impossível.

Bem, a parede invisível é, assim como eu imaginava, uma metáfora linda sobre o isolamento. Frau, vivida pela atriz Martina Gedeck, reflete o filme inteiro sobre o "estar sozinho" e, com o passar do tempo, percebe o quão precisa do outro. Encontrando refúgio nos animais que adota - uma vaca, dois gatos e um cachorro - um dos melhores momentos do filme é quando a personagem fala sobre um corvo que fica perto da sua casa todos os dias. Um corvo branco anda com os outros corvos, mas sempre se mantém afastado, e, ela evidentemente se identificando com aquela situação, diz que tem esperanças de que, um dia, ele encontre outro corvo branco, para que possam ficar juntos.

A "parede" a impede de viver, o desespero é real e, a única forma de amenizar isso, é escrevendo. Mas, no final, as folhas se acabam e ela deixará de existir.

Nota 5/5


Torched ( 2004 )

Deanna tem tudo: inteligência, beleza e uma promissora carreira de enfermagem. Mas um encontro casual que leva a um estupro cicatrizes transforma a vida perfeita de Deanna em um pesadelo perfeito. Agora, como Deanna perde o controle sobre a sanidade, ela tem apenas um objetivo: encontrar os bastardos doentes que prejudicou ela e mostrar-lhes o doente realmente significa. Com uma variedade de armas poderosas à sua disposição - incluindo um maçarico em chamas - A vingança de Deanna será servido um prato quente que o inferno! Filmow

Existe muitos filme onde a mulher é estuprada e, depois, parte para a vingança. " A Vingança de Jennifer" e "A Cruel Picture" são dois grandes exemplos. Eu sempre gostei de filmes com essa temática e, por isso, fiquei curioso em assistir esse curta. Mas me decepcionei bastante, muito mal feito, a atriz tem a qualidade de uma pedra...
Me pareceu muito bobo e mal feito. E certamente esquecerei facilmente desse curta.

Nota 1/5

domingo, 29 de setembro de 2013

#01- Assisti na Semana


Guerra Mundial Z ( 2013 )

Um oficial das Nações Unidas, dez anos após vitória da humanidade contra a epidemia que transformou todos em zumbis, relata os acontecimentos enquanto escreve seu livro. Baseado em obra de Max Brooks. - Cineplayers

Confesso que assisti esse por causa do ator principal. Há muito tempo eu perdi o interesse em filmes de zumbi - principalmente pela mesmice - mas, aqui, esse problema é resolvido. Se anos atrás tivemos um filme que explorava o lado cômico dos mortos vivos ( Zumbilândia ), Guerra Mundial explora a correria, ação desenfreada, cenas tensas etc. Enfim, é um ótimo filme de ação que se sustenta, também, pelo talento do Brad Pitt que, para mim, é um dos maiores atores da atualidade.

Nota 4/5


Bling Ring - A Guangue de Hollywood ( 2013 )

Inspirado em fatos, conta a história de um grupo de adolescentes obcecadas pela fama, que vasculha a vida de celebridades com o intuito de invadir e roubar suas casas.- Cineplayers

Sou um eterno apaixonado pela Sofia Coppola. Adoro a ousadia do trabalho dela, a exploração do vazio, do adolescente e, principalmente, do olhar daqueles que não tem voz. Sou fã de outros diretores que abordam esses temas como, por exemplo, o sueco Lukas Moodysson que fez "4-Ever Lilya", "Fucking Åmål", "Um Vazio no meu Coração" etc.

Em "Bling Ring" Sofia continua falando sobre o jovem mas, dessa vez, levanta a reflexão sobre a fama. A "gangue" não rouba para ter, mas sim para se sentir. E, por meio dos sorrisos, somos convidados à observar as necessidades de cada um. 

Obs: Emma Watson, parabéns.

Nota 4/5 


Monstros ( 1932 )

Em um circo de atrações bizarras, a linda trapezista Cleopatra é cortejada pelo anão Hans, mas o rejeita até descobrir que este herdou uma fortuna. Seu plano, forjado com o amante Hercules, é casar para depois envenenar o pequeno, mas logo a armação é descoberta e os diferentes se unem pela vingança. - Cineplayers

Clássico dirigido por Tod Browning. Esse filme ficou pouquíssimos dias em cartaz e, depois de décadas, foi redescoberto e, hoje em dia, é considerado um Cult. O filme usa, como atores, pessoas com deficiência - tudo real e sem maquiagem - e se pegarmos a época de lançamento, veremos que ainda existia um pensamento primitivo sobre as pessoas "especiais". Seres do diabo, bichos, enfim. 

Sendo assim, Monstros é um salto muito grande. Tirando a parte histórica, temos um bom drama que, no seu final, se transforma em um terror. O que importa realmente é a coragem de realizar um filme que, até hoje, é considerado por muitos - por mim também - um dos filmes mais bizarros que existem.

Nota - 5/5



sábado, 28 de setembro de 2013

Thongsook 13



"O que era para ser um final de semana incrível entre amigos, se transforma em um terrível pesadelo após uma brincadeira impensada que acarreta consequências horríveis."

Thongsook 13, lançado esse ano, é um terror tailandês. Digirido pelo Taweewat Wantha, que fez, anteriormente, uma ficção científica chamada "Sars Wars" (?).

O filme começa com uma garotinha na enfermaria da escola, ela está deitada na cama e, ao lado, tem um garotinho olhando para ela. Os dois batem um papo até que ela revela que gosta de um programa de terror, que passa na Tv. O menino pergunta se ela não tem medo, ele se mostra um cagão e, sem um motivo aparente, pergunta para ela se está interessada em ver um fantasma de verdade.


Um início muito legal para um filme de terror. Já percebemos, inclusive, que o filme é de baixo orçamento mas, em nenhum momento, compromete a história. Aliás, para um filme tailandês, eu até diria que é muito bem produzido. 


Na verdade, esse filme não me deu medo, nem me deixou tenso. Porém a forma que é construído a história do grupo de amigos, que acabam sacaneando o garoto do início do filme, é muito interessante. No fim, se torna um bom passatempo e, no final, ainda tem uma "surpresa" perturbadora.

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